A higiene corporal é uma
expressão que remonta, e era praticada, na sociedade grega da Antiguidade
Clássica, onde as mulheres, por exemplo, iam aos fontanários públicos
lavarem-se com “vasilhas”. Contudo, não era permitido tomar banho nestes locais,
pois os ginásios e as “palestras” eram o local próprio para isso. Com o passar do tempo, houve uma hiperbolização do banho,
passando este a ser um espaço de convívio, ócio e prazer.
Herdámos do
povo grego o hábito de tomar banho antes de sair para uma festa, nessa altura
as mulheres “embelezavam-se com unguentos e cremes. Depilavam-se, rapavam os
pelos supérfluos. A cereja era usada como uma máscara de cosmética, as faces e
os lábios avermelhados, com suco de orcaneta, e as sobrancelhas e olhos eram
escurecidos. Impregnavam-se de perfumes” .
Depois, a partir da Idade
Média, o banho caiu em desuso, por razões essencialmente religiosas. Na opinião da igreja, o corpo era possuidor de um pecado tal, que não
merecia tanta devoção, para além da água tornar o corpo fraco e espalhar as
doenças. Com isto o hábito de tomar banho sofreu muitos avanços e
retrocessos ao longo da história. Apareceram, locais muito requintados para
tomar banho (“hotéis de banhos"); os banhos tornaram-se colectivos e mistos,
sendo depois separados, pois “pareciam mais cabarés do que estabelecimentos de
asseio”; os banhos voltaram a ser
atacados pelo preconceito dos tormentos que a água continha, sendo repudiados;
etc. Por fim, o banho começou a ser reintroduzido na sociedade ocidental de
forma lenta, sendo a 2ª Guerra Mundial (1939 – 1945) o marco de viragem dos
banhos, pois passaram a fazer parte da higiene diária das pessoas, e surgiu, a
quase obrigatoriedade de existir em qualquer habitação uma divisão que se
designa actualmente de casa-de-banho (mesmo que tenha apenas uma sanita).
Os odores
são sensações que experimentamos com um sentido animal que é o olfacto. Estas
sensações, vulgarmente designadas por cheiros, podem ser agradáveis ou
desagradáveis, tendo efeito na predisposição do nosso sentido de humor. O corpo humano, como ser vivo que é, emite
constantemente odores rotulados como maus cheiros, que o bom gosto manda
eliminar (com lavagens), neutralizar (com desodorizantes) e substituir (por
perfumes).
Nos
tempos que correm, o cuidado natural do corpo, com o acréscimo de artificies,
tem o objectivo de assegurar uma satisfação narcísica e sobretudo gratificar-se
socialmente. “É corporalmente que vivenciamos os nossos
impulsos e fantasias".
Sinta-se fresco, sinta-se limpo... sinta-se bem!!!
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